sábado, 18 de outubro de 2014

Nova geração de Benfica (parte I)



Nasci nos anos 70, as primeiras recordações que tenho do jogo é do Mundial de Espanha, do Naranjito, e da fabulosa imagem de Tardelli… depois vieram os cinco a zero de Moscovo, do penalti que o Chalana arrancou frente aos Soviéticos na Luz.
No Europeu de 84, onde pela primeira vez chorei a ver um jogo de futebol (nunca mais os gramei…), o meu professor primário, levava-nos para a tasca para assistirmos aos jogos, as melhores visitas de estudo que tive!! Onde o Chalana, o Álvaro, o Sousa, o Jordão ou o Nené, me fizeram vibrar… ou seja as primeiras memórias que tenho do futebol são respeitantes à seleção.
A primeira lembrança que tenho do Benfica é a do Bento a “socar” o Manuel Fernandes e este a fazer um espalhafato tal que parecia que tinha sido barbaramente agredido, e o título a voar para o lagartedo… não chorei nesse dia, mas fiquei-lhes com tal raiva que dura até hoje - fiteiros de merda…
Depois disso vêm as épocas do Eriksson, principalmente a segunda, onde aí sim, definitivamente comecei a praticar verdadeiramente a religião benfiquista, vibrando com as gloriosas vitórias, felizmente muitas, e sofrendo muito com as amargas derrotas… são inesquecíveis as quartas feiras europeias com o ouvido encostado ao rádio, juntamente com o meu pai, vivendo intensamente toda a atmosfera que só a rádio consegue criar… jogando à carica intermináveis dérbis, sempre com a vitória do Benfica com é obvio… ou passando horas a bater bola contra a parede do quintal procurando imitar o Carlos Manuel, o Shéu, o Diamantino, até mesmo o felino Bento, todos ídolos que via ao domingo no Domingo Desportivo, pois futebol em direto na TV só muito raramente…
Porquê o Benfica e não outro qualquer?

Muito simples. Enquanto crescia, muitas histórias ouvi o meu pai contar de como o Benfica era grandioso, de como tinha ganho ao Barcelona a final da TCE… contava-me ele com um brilho inesquecível nos olhos e de largo sorriso: “na altura os espanhóis diziam: Foi o Barcelona, se fosse o Real Madrid… no ano a seguir o Real Madrid, levaram 5!” e repetia-me o nome de toda a equipa sem hesitações... Costa Pereira, Eusébio, Simões, Coluna (aí os olhos brilhavam mais, era o seu ídolo)... dizia-a escorreita como se fizessem parte da família. Eu absorvia toda aquela emoção, entranhando-se em mim a mística e todo o misticismo que é próprio de um clube como o Benfica, e que mais nenhum em Portugal, e poucos por esse mundo fora conseguem transmitir.
Obrigado pai!

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